Na era da tecnologia ou era da informação, inovação é a ordem. Mas como inovar sem a diversidade humana? Profissionais respeitados pelo mercado de trabalho e pelos mais altos executivos, estão declarando a importância da inclusão da diversidade para os negócios. O renomado economista Ricardo Amorim fechou o Congresso Brasileiro de treinamento e Desenvolvimento 2018 (CBTD) dizendo: “Empresas: diversidade ou morte”. Arwa Mahdawi, britânica e escritora do “Brand strategist”, traz a citação “Diversidade é o novo Darwinismo. Evolução ou extinção!”
Não há mais dúvidas, o motivo não é mais ‘cota’. O objetivo é existência, continuidade, resistência, evolução, permanência. Vivemos uma grande oportunidade para esse tema. Também vivenciamos um grande desafio para as corporações, que precisam entender que apenas contratar pessoas que representam marcadores sociais da diversidade, ainda não é incluir.
A diversidade pré existe, e mesmo sem nenhum esforço direcionado das empresas. Pessoas são diferentes e não há grupo sem haver diferenças. Acontece que se essas diferenças não são aquelas que são contestadas, muitas vezes oprimidas, marcadas socialmente, não há movimentos inovadores.
Inovação depende de novos ‘modus operandi’, de formas diferenciadas de enxergar o mundo, da busca de novos caminhos e novas formas para solucionar os problemas. Trazer pessoas diferentes para percorrer caminhos diferentes e entregar resultados diferentes é a vantagem que a diversidade humana traz para os negócios.
Porém, o que vemos ainda nos times de trabalho é a diversidade contratada, muitas vezes encostada e sem atuação para modificar os engessados processos corporativos. Quantas e quantas pessoas com deficiência, ‘incluídas’ nas empresas como assistentes, permanecem no mesmo cargo oito anos após a contratação? Quantos candidatos com deficiência que atendemos na Talento Incluir, estão com suas carteiras de trabalho rodadas por aí, por terem apenas encontrado cotas e não oportunidades de trabalho?
É isso! Em 2019, no ano que a Lei de Cotas comemorou 28 anos, as empresas começam a pensar em retenção, continuidade de carreira e crescimento dos profissionais com deficiência contratados. Nesse cenário, onde a lei e a consequente fiscalização cobram inclusive a qualidade da inclusão, será que as empresas no Brasil vão conseguir usufruir das vantagens da diversidade humana?
No cenário global, diversidade é o foco das empresas que já entenderam as diferenças das pessoas como vantagem competitiva, mas ainda estão aprendendo a decifrar os desafios da convivência plural. Um estudo do LinkedIn chamado Global Recruiting Trends realizado em 2018, traz importantes pontos sobre como os temas diversidade e inclusão, estão sendo encarados nas principais empresas no mundo apontando que 78% das empresas priorizam a diversidade para melhorar a cultura e 62% o fazem para aumentar o desempenho financeiro.
O estudo também evidencia que equipes diversas são mais produtivas, inovadoras e as pessoas mais engajadas. Outro ponto destacado é que são poucas as empresas que já atuam naturalmente com diversidade e que - apesar dos “burburinhos”, as pessoas representantes dos pilares da diversidade, ainda não estão atendidas.
Estamos em um momento em que diversidade e inclusão abrem espaço para o pertencimento. Esse é "o sentimento de segurança psicológica que permite a cada empregado dar o seu melhor no espaço de trabalho." Mesmo empresas diversas, se não proporcionarem para os colaboradores sentimento de aceitação e pertencimento, não alcançarão engajamento e retenção. Isso é fato!
Ações afirmativas constantes, são essenciais para que ocorra inclusão da diversidade e, para que o sentimento de pertencimento das pessoas dentro das empresas seja abrangente o suficiente para trazer ganhos nos resultados do negócio.