Nem bem o ano se inicia, as pessoas já começam a se organizar para o carnaval. Se, antes, a festa do rei Momo se limitava a apenas cinco dias, hoje são cada vez mais comuns programações que começam até um mês antes da celebração oficial, que começa em 22 de fevereiro, e se estendem até depois da quarta-feira de cinzas.
Esse novo calendário aumenta o período da folia, mas também amplia os riscos de os foliões serem vítimas de golpes. Quadrilhas aproveitam a aglomeração de pessoas e a distração no momento dos pagamentos para aplicar o golpe da troca do cartão.
Eis como a coisa funciona: o golpista, ou um vendedor ambulante mal-intencionado, entrega a maquininha para o cliente digitar a senha do cartão. Ele se aproveita de um momento de distração do comprador, ou usa algum truque e desvia sua atenção, para que a pessoa insira, por engano, a senha no campo destinado ao valor da compra, permitindo que o bandido tenha acesso a essa informação. Ainda aproveitando a falta de atenção do comprador, o golpista troca o cartão e devolve um similar, muitas vezes do mesmo banco. A troca só é percebida muito tempo depois, em uma nova tentativa de usar o plástico.
Redobrar a atenção ao realizar compras, independentemente do lugar, é a principal forma de evitar ser vítima de golpes como esse. “Fique sempre atento ao seu cartão e confira a devolução: veja se os números da sua senha estão aparecendo na tela quando você a digita; isso não pode acontecer”, alerta Walter de Faria, diretor adjunto de Operações da FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos. “Lembre-se que o campo de senha mostra apenas asteriscos”, acrescenta.
Para chamar atenção das pessoas sobre os riscos deste golpe, a FEBRABAN produziu um vídeo dando dicas de como reconhecer situações suspeitas e como evitá-las.
Outro ponto que merece atenção é a necessidade de comunicar ao banco o roubo ou furto do celular, ocorrências muito comuns em locais com grande aglomeração de pessoas, como é o caso dos blocos de carnaval. “Quando a pessoa tem seu celular roubado, ela se lembra de fazer o boletim de ocorrência e avisar a empresa de telefonia e a operadora do cartão de crédito; mas quase ninguém lembra de avisar ao banco”, alerta Faria.
Esse descuido pode ter consequências graves. Muitas vezes, a pessoa tem as senhas anotadas no bloco de notas do aparelho, ou compartilhou a informação com alguém por e-mail ou mensagem. Se o ladrão conseguir desbloquear o celular, ele terá acesso a esses dados e poderá entrar na conta da vítima, pelo aplicativo do banco, por exemplo.
“É importante que a pessoa entre em contato com o banco para comunicar o roubo do celular assim que perceber que não está mais com o aparelho”, explica Faria. “Assim, a instituição financeira bloqueará a conta e impedirá que os bandidos realizem qualquer operação.”
Para reduzir os riscos de ser vítima de golpistas, a FEBRABAN destaca as seguintes orientações: