Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar a taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano na última semana e sinalizar novas altas no caminho, o mercado financeiro revisou para cima suas projeções para os juros ao fim deste e do próximo ano, segundo mostra o relatório Focus publicado nesta segunda-feira (9) pelo BC.
De acordo com os economistas consultados pela autoridade monetária, os juros devem encerrar este ano em 7,25% ao ano, se mantendo neste patamar até dezembro de 2022. No levantamento anterior, as estimativas eram de Selic em 7,00% ao fim de 2021 e de 2022.
No comunicado após a última reunião, a autoridade monetária apontou que, apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.
Para o próximo encontro do Copom, em setembro, as apostas compiladas pelo Focus foram mantidas em nova alta de um ponto percentual da Selic, para 6,25% ao ano.
O movimento de alta dos juros acontece em meio à pressão inflacionária, que levou o mercado financeiro a elevar novamente suas estimativas para o índice de preços em 2021 e 2022.
Agora, as projeções apontam para alta de 6,88% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, ante 6,79% na semana passada – a 18ª semana seguida de alta nas projeções.
Para o próximo ano, os economistas elevaram as expectativas pela terceira semana, para inflação de 3,84%, acima dos 3,81% estimados anteriormente.
Nesta semana, o mercado deve conhecer os dados do IPCA de julho. No último mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial – subiu 0,72% ante junho, na maior variação para um mês de julho desde 2004.
Com relação ao desempenho da economia brasileira, os economistas consultados pelo BC mantiveram suas estimativas de expansão de 5,30% da economia este ano. Para 2022, a expectativa é de crescimento de 2,05% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 2,10% estimados na semana anterior.
Por fim, com relação ao câmbio, as expectativas apontam para dólar negociado a R$ 5,10 ante o real em dezembro deste ano e a R$ 5,20, em dezembro de 2022 – sem alterações em relação ao último levantamento.